A cinomose canina é uma doença viral altamente contagiosa que afeta cães e pode levar a complicações graves, incluindo a morte. Essa enfermidade é causada pelo vírus da cinomose, que pertence à família Paramyxoviridae e tem uma ampla gama de hospedeiros, sendo os cães os mais suscetíveis. O hemograma é uma ferramenta diagnóstica fundamental na avaliação da saúde do animal, especialmente em casos de suspeita de infecção por cinomose. exame sorologia para cinomose veterinária meio da análise dos componentes do sangue, como os glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas, é possível identificar alterações que indicam a presença da doença ou o comprometimento do sistema imunológico do animal. A interpretação do hemograma pode fornecer informações valiosas sobre o estado geral do cão, ajudando os veterinários a determinar o melhor plano de tratamento e monitoramento. Assim, o hemograma não apenas auxilia no diagnóstico, mas também na avaliação da gravidade da infecção e na resposta do organismo ao tratamento, sendo crucial para o manejo adequado desta condição potencialmente letal.
O que é a cinomose canina?
A cinomose canina é uma doença viral sistêmica, que afeta principalmente cães, mas também pode infectar outros mamíferos. O agente causador é o vírus da cinomose canina (CDV), que provoca sintomas variáveis, abrangendo desde manifestações respiratórias e gastrointestinais até comprometimentos neurológicos. A transmissão se dá por meio do contato direto com um animal infectado ou por aerossóis. Os sintomas iniciais costumam incluir febre, secreção ocular e nasal, tosse, vômitos e diarreia. À medida que a doença avança, pode ocorrer a infiltração do vírus no sistema nervoso, resultando em convulsões, espasmos musculares e outros sinais neurológicos graves. A vacinação é a medida preventiva mais eficaz contra a cinomose, constituindo uma ferramenta essencial na saúde pública veterinária.
Essa doença viral e altamente contagiosa pode levar o animal à morte ou deixar sequelas naqueles que se recuperam. Os filhotes de até um ano de idade, os cães mais velhos que não foram devidamente vacinados e animais com a imunidade baixa correm o risco de adoecer. Na desmielinização aguda, por volta da terceira semana após a infecção, não parece haver a participação da resposta imunitária inflamatória mas sim, o efeito do vírus alterando o funcionamento dos oligodendrócitos. Na fase crônica, ao contrário, percebe-se a presença da reposta imunitária local desencadeando resposta inflamatória, o que parece ser responsável pelo processo de desmielinização. A compreensão desses estágios ajudará a interpretação de exames laboratoriais, como análise de líquor, ou mesmo na escolha das intervenções terapêuticas. Posteriormente, entre o oitavo e o nono dia de infecção ocorre disseminação para outros tecidos, epitelial e nervoso. Contudo, se o nível de produção de anticorpos for intermediário neste período ou se houver retardo em sua produção, o vírus poderá persistir em alguns tecidos como o nervoso, uveal e tegumentar (coxins).
Alguns anos depois, o médico britânico Edward Jenner detalhou a doença em 1809. Contudo, foi só no ano de 1905, que o veterinário francês Henri Carré determinou qual era a causa. Devido ao risco de morte, o veterinário deve ser acionado imediatamente após a suspeita de cinomose. O quadro gera preocupação entre os donos e donas pois o vírus causador é altamente transmissível. Médico veterinário infectologista, imunologista, clínico e cirurgião geral. Graduado pela Universidade Estadual de Londrina – UEL, Desenvolveu Projeto CNPQ de Epidemiologia Molecular de Doenças Transmitidas por Vetores em Cães, na Universidade Estadual de Londrina – UEL. Pós-graduado em Clínica Médica e Cirúrgica de pequenos animais pelo Centro Universitário de Santo Antônio do Pinhal – CREUPI, São Paulo.
Importância do hemograma na cinomose canina
O hemograma é uma análise laboratorial que permite a avaliação quantitativa e qualitativa das células do sangue. No contexto da cinomose canina, o hemograma pode revelar alterações significativas que indicam o impacto da infecção no organismo do animal. As principais alterações que podem ser observadas incluem leucopenia (diminuição do número de glóbulos brancos), que é um indicativo de imunossupressão e pode tornar o animal mais suscetível a infecções secundárias. Outros achados relevantes incluem trombocitopenia (redução no número de plaquetas) e anemia. A avaliação destes parâmetros é crucial para o diagnóstico diferencial de outras doenças que apresentam sintomas semelhantes e permite uma melhor compreensão da gravidade do estado clínico do animal.
Cada sistema acometido deve ser tratado individualmente e ao mesmo tempo. Por exemplo, o equilíbrio hidroeletrolítico deve ser reestabelecido tratando-se as suas causas diretamente, controlando o vômito com os antieméticos, a diarreia e a suplementação de glicose e potássio se necessários. Drogas antimicrobianas devem ser escolhidas, preferencialmente, após cultura e antibiograma. A cinomose é uma das doenças infecciosas mais rele- vantes na clínica de animais domésticos. Os princi- pais aspectos referentes ao seu diagnóstico, inclusive em animais vacinados, são discutidos a seguir. A vacina V7 (ou V8 ou V10) é a que faz a prevenção contra a doença. Ela contém o vírus atenuado e, além de evitar a cinomose canina, é capaz de prevenir contra uma série de doenças comuns nos animais, como parvovirose, hepatite e leptospirose.
Alterações típicas no hemograma
Os que possuem estes distúrbios sentem muita dor e têm um severo comprometimento da qualidade de vida. Grande parte dos casos, cerca de 85% não sobrevive devido ao diagnóstico tardio e severo agravamento da cinomose. Entre os outros 15%, há a necessidade de se avaliar a condição do animal, pois muitas vezes é preciso recorrer à eutanásia. É coletada uma amostra de secreção do animal, que pode ser pela urina, olhos, saliva ou ainda secreções nasais. Se houver a presença de antígenos na amostra, o diagnóstico é confirmado. Amostras de urina e bexiga podem dar resultado positivo nas 3 primeiras semanas iniciais de infecção. O vírus existente no sistema nervoso central (SNC) perdura por, no mínimo, 60 dias.
No hemograma de um cão infectado com cinomose, é comum observar uma diminuição no número de leucócitos, especialmente linfócitos e neutrófilos. Essa leucopenia pode ser resultante do efeito imunossupressor do vírus, que compromete a produção e a função das células do sistema imunológico. A trombocitopenia, que também pode ser observada, está relacionada à destruição das plaquetas e à produção inadequada devido à infecção viral. Além disso, a anemia pode se desenvolver por diversos motivos, incluindo infecções secundárias ou hemorragias, e é um indicativo de que o estado geral do cão se encontra comprometido. Essas alterações no hemograma fornecem informações cruciais para os veterinários no manejo do tratamento da cinomose canina.
Interpretação dos resultados do hemograma
A interpretação dos resultados do hemograma deve ser realizada por um veterinário capacitado, que levará em consideração não apenas os achados do hemograma, mas também a história clínica do animal, sintomas apresentados e outros exames complementares. A análise do hemograma permite categorizar a gravidade da infecção e o impacto do tratamento instituído. Por exemplo, uma recuperação dos níveis de glóbulos brancos e plaquetas ao longo do tratamento indica uma resposta positiva do sistema imunológico do cão. Por outro lado, a persistência das anormalidades pode indicar um agravamento do quadro clínico ou a necessidade de ajustes no plano terapêutico.
Conclusão
O hemograma é uma ferramenta diagnóstica vital na avaliação e manejo da cinomose canina. As alterações observadas nesse exame podem fornecer insights importantes sobre a resposta do organismo ao vírus e orientar o veterinário na escolha da terapia mais adequada. A integração dos dados do hemograma com outros testes e avaliações clínicas é essencial para um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz. Investir na prevenção, por meio da vacinação, e assegurar um acompanhamento médico veterinário regular são passos cruciais para proteger a saúde dos cães contra a cinomose e suas complicações.
O Que é o Hemograma na Cinomose Canina?
O hemograma é um exame de sangue essencial para diagnosticar a **cinomose canina**, uma doença viral que afeta principalmente os cães. Este exame fornece informações cruciais sobre a **saúde geral do animal**, incluindo a contagem de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. A cinomose pode levar a alterações significativas nesses parâmetros, refletindo a resposta imunológica do organismo ao vírus.
Interpretação dos Resultados do Hemograma
Ao analisar o hemograma em casos de cinomose, algumas alterações são frequentemente observadas. Os **glóbulos brancos**, por exemplo, podem estar **elevados** ou **baixos**, indicando uma infecção ou uma resposta imune debilitada. A contagem de **glóbulos vermelhos** pode mostrar **anemia**, que é comum em cães com a doença, resultando em fraqueza e letargia.
Marcas de Inflamação no Hemograma
Um dos aspectos relevantes do hemograma na cinomose é a presença de marcadores de **inflamação**. A **proteína C-reativa (PCR)** e o aumento dos leucócitos podem indicar uma inflamação significativa. Estes marcadores ajudam os veterinários a entender a gravidade da infecção e a necessidade de tratamento imediato.
Impacto da Cinomose no Sistema Imunológico
A cinomose não apenas causa uma infecção direta, mas também tem um impacto profundo no **sistema imunológico** do cão. O hemograma pode revelar uma **linfopenia**, que é a diminuição na contagem de linfócitos, um tipo de glóbulo branco crítico na defesa do organismo. Isso resulta em um maior risco de outras infecções secundárias durante a fase aguda da doença.
Tratamento e Suporte Baseado no Hemograma
O hemograma é uma ferramenta fundamental para guiar o tratamento da cinomose. Dependendo dos resultados, o veterinário pode optar por terapias **imunossupressoras** ou **suporte nutricional**, além de tratar sintomas como a **desidratação** e a **diarreia**. Monitorar regularmente o hemograma também é crucial para avaliar a resposta ao tratamento.
Prevenção da Cinomose e Importância do Hemograma Regular
A melhor forma de lidar com a cinomose é a **prevenção**. A vacinação é a chave para proteger os cães e evitar o surgimento da doença. Além disso, a realização de hemogramas regulares pode ajudar a detectar alterações na saúde do animal, garantindo que qualquer sinal de infecção seja tratado precocemente, aumentando as chances de recuperação.
Conclusão: A Relevância do Hemograma na Cinomose Canina
O hemograma é uma ferramenta vital no diagnóstico e tratamento da **cinomose canina**. Ele fornece informações essenciais sobre a resposta imunológica e o estado geral de saúde do animal. Ao compreender as implicações do hemograma, os donos de pets e veterinários podem trabalhar juntos para garantir a saúde e bem-estar dos cães afetados.
